Publicado por: atomenor | abril 27, 2010

Perfume

...but im not the only one

Nos sussuros
De becos
Escuros
Onde passo
Há espinhos
Nas calçadas
– Tropeço de mágoas –
No caminho
Até o chão
Me encontro com o
teu perfume
Paro a queda
Com as mãos
Sangra o espinho
Doce:
Cheiro que entorpece
E some.
(B.G)

“[…]Ela lhe perguntou o que havia do outro lado do mar e ele respondeu:”O mundo”. Para cada gesto dele, a menina encontrou uma ressonância inesperada. A cidade se transformou. Pai e filha se divertiram com os títeres, os engolidores de fogo, as incontáveis novidades da feira que chegaram naquele abril de bons presságios. Buscando fazê-la outra, também ficou diferente, e de um modo tão radical que não pareceu uma mudança de caráter, e sim uma troca de natureza. A casa se encheu de quantas dançarinas de corda, caixas de música e relógios mecânicos se viam nas feiras da Europa. Espanou a tiorba italiana. Encordoou-a, afinou-a com uma perseverança que só o amor era capaz de explicar, e tornou a se acompanhar nas canções de antigamente, cantadas com a boa voz e o mal ouvido que nem os anos nem as turvas recordações tinham alterado. Ela lhe perguntou num daqueles dias se era verdade, como diziam as canções, que o amor tudo podia.
-É verdade – respondeu ele – , mas será melhor não acreditares.”
(Gabriel García Márquez, “Do amor e outros demônios”)

[…]


Respostas

  1. No, you’re not the only one. 😉


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